top of page

Agricultura regenerativa - um case de sucesso

Foto do escritor: Consorcio Cerrado das ÁguasConsorcio Cerrado das Águas

Atualizado: 25 de fev.

Agricultura regenerativa e impacto na sustentabilidade rural


A agricultura regenerativa tem se consolidado como uma abordagem essencial para a sustentabilidade no setor agropecuário. Mas como essa prática funciona na realidade do campo? Quais são os desafios e benefícios de sua implementação?


Palestrantes Alexander Van Parys e Laura Prada sobre agricultura regenerativa
Palestrantes: Alexander Van Parys e Laura Prada

Neste artigo, apresentamos a experiência do Sítio Gralha Azul, conduzida por Alexander Van Parys e Laura Prada, que há mais de duas décadas aplicam e estudam práticas agroecológicas e sustentáveis. Eles compartilham os desafios e aprendizados adquiridos ao longo dos anos, demonstrando como a agricultura pode ser um agente de restauração da paisagem e da produtividade agrícola.


A palestra aborda temas como:

  • Manejo sustentável do solo e da água

  • Autossuficiência na propriedade rural

  • Diversidade biológica e seus impactos na agricultura regenerativa

  • Monitoramento de indicadores ambientais e acesso a financiamento verde


Acompanhe a transcrição completa deste evento, acesse o material da palestra com informações complementares ou escute a gravação no Spotify.


Este conteúdo oferece um panorama detalhado sobre como a agricultura regenerativa pode ser aplicada de forma viável, eficiente e sustentável.




Transcrição


Agricultura regenerativa -  um case de sucesso

Alexander Van Parys e Laura Prada



Alexander Van Parys | Diretor de operações da Ecomatrix

Bom dia. Eu sou a Laura. Obrigado pelo convite, é um verdadeiro presente e um prazer falar aqui depois da Larissa e da Fabiane. 


O que eu trago para vocês aqui hoje é a nossa experiência no sítio gralha azul, uma propriedade rural minha e da Laura que fica em Santo Antônio do Pinhal, São Paulo, na Serra da Mantiqueira, Mata Atlântica. Uma experiência radical, né? Nós dois como agrônomos e que há 20 anos atrás, se especializaram nessa área de agroecologia e agricultura sustentável, que era quase uma heresia falar isso há 20 anos atrás, especialmente na universidade, não se falava nisso. Então a gente foi buscar um conhecimento até fora da universidade. Depois falou: ´´bom, agora vamos testar pra ver se esse negócio funciona, né?´´ E fomos fazer isso lá no sítio gralha azul. É uma coisa interessante que eu fiquei muito feliz de ter a palestra da Larissa antes porque eu sou muito fascinado com essa inteligência da natureza que a Larissa apontou muito bem e eu entendo que a agricultura sustentável ela bebe muito dessa fonte. E que é fazer essa pergunta, olha o que que a natureza tá fazendo nesse lugar? O que eu posso replicar, que eu posso repetir? Que estratégia é essa que a natureza está testando há milhões de anos aqui que funciona?Como que eu posso me beneficiar dela também? Então, o que a gente fez no sítio gralha azul é muito dessa da resposta a essa pergunta e também de um entendimento. Eu não gosto muito do termo produtor rural, eu acho ele ele reducionista porque o produtor rural, vocês aqui não produzem só café, né? Vocês produzem água, vocês produzem solo. É diversidade biológica, enfim, uma série de coisas. Então eu, eu gosto muito do agricultor como paisagista. Então a Fabiane falou aqui em manejo da paisagem, e eu acho que não tem ninguém melhor do que um agricultor para fazer manejo da paisagem, porque é ele que tá pisando naquele solo todo dia e enxergando como que a água está escorrendo, para que lado que vai, se o rio está enchendo de terra na chuva ou não. Enfim, então é um pouco desse contexto que eu trago aqui. Eu falei de uma experiência radical, porque assim, a gente não plantou café lá, plantou várias outras coisas, mas não tinha café e tem técnicas aqui que não necessariamente eu estou trazendo para serem replicadas. É muito mais como uma demonstração do que foi feito e de qual é o resultado obtido. Então, essa foto aqui são duas das nossas filhas correndo no campo de trigo, que era um dos nossos desejos também, né? 


Lá atrás, quando a gente aprendia sobre agricultura sustentável, é um dos conceitos que era importantíssimo era a autossuficiência, então é assim, eu como agricultor, posso produzir o máximo possível das minhas necessidades dentro da propriedade rural, sem ter uma dependência muito grande de uma grande indústria ou mesmo uma dependência alimentar.

A gente tinha muitos vizinhos ali, é que eram sitiantes,a maioria deles produzindo, gado de leite extensivo, sem muito manejo, que não tinha um pé de alface na propriedade, apesar de ter 150 hectares de Terra. Então isso é mais uma das coisas que a gente enxerga como regenerativo, pensar um pouco nessa autossuficiência. E aí até pegando um pouco o gancho da, da Fabiane, que eu achei muito interessante ela trazer essa pesquisa que ela fez do termo, né? Agricultura regenerativa é pra nós a ida pro sítio gralha azul, a grande motivação foi a gente queria provar que a agricultura lá atrás tinha, mais do que hoje ainda, que já se fala já muito em agricultura regenerativa. Eu acho que o pêndulo da agricultura, no entendimento das pessoas, está indo para um lado mais positivo. Mas lá atrás, se falava em agricultura, você falava em degradação da paisagem e a gente conhecendo as técnicas, falando ´´não, vamos provar que a agricultura ela pode ser um fator de restauração da paisagem´´. Então essa foi a grande motivação do sítio.

Nessa época, isso era ano 2000, apesar do Rodeio já ter criado lá o termo agricultura regenerativa nos anos 80, a gente não conhecia, não era recorrente mas todas as linhas de agricultura sustentável, agricultura orgânica, biodinâmica, agrofloresta, já falavam muito nessa função de restauração da paisagem pela agricultura. Então esse é o começo do sítio, um pasto degradado com uma grama invasora, que era o capim rabo de burro, solos extremamente ácidos e uma área marginal para agricultura por causa da topografia montanhosa. E a escolha do lugar foi proposital, porque eu e a Laura vínhamos de um histórico de viver em regiões de produção de cana de açúcar e na época, ainda se queimava cana. Então a gente pensava: ´´bom, eu tenho uma pequena propriedade sustentável no meio de um canavial, pode ser perigoso, né?´´ Então a gente foi procurar áreas marginais que tinham algumas características que eram desejáveis por nós ali. 


Do ponto mais alto do sítio até o ponto mais baixo, que não é longe, tem uns 60 m de diferença de altura, né? E essa foi uma das coisas que a gente pensou: como que eu posso aproveitar dessa altura também que eu tenho? Isso pode ser um problema, mas pode ser uma solução.

O primeiro trabalho que a gente fez foi é captar a água de uma mina e esse trabalho foi muito interessante. Na época eu identifiquei uma mina que ficava bem alta no terreno e achei aquilo interessantíssimo, porque eu podia ter irrigação por gravidade, eu ensinei o pessoal a construir um nível de mangueira igual o pedreiro usa, só que maior e com trenas nas pontas, pra poder de fato medir o declive, queria muito suave para aproveitar o máximo da altura possível ali para ter essa energia potencial da água. E aí a gente foi batendo o nível, marcando com o estaque e tal, e o pessoal falava: ´´não, putz, esse esse rapaz da cidade aí tá louco, a água vai subir? O cara quer que a água suba, né?´´ E aí foi ali uns 3, 4 dias até tirar o ar da tubulação tal e a água saiu, foi o bairro inteiro visitar o sítio falando: ´´não, putz, aqui a água sobe, né?´´. Aí depois eu expliquei que não era bem assim, enfim, aí foi até uma forma de ir ganhando confiança também do pessoal ali pra entender o que que a gente tava fazendo, porque era tudo muito diferente.

Associada às técnicas agrícolas e muito na direção dessa auto suficiência, a gente aprendeu um pouco de técnicas de construção, alternativas. Vamos chamar assim, né? Então isso daqui é um tanque de água de 50 mil litros que a gente construiu na propriedade. Nessa época aqui ainda tinha pouca caixa d'água de plástico disponível e dependendo do lugar que você tá, não entrega. Então a gente usou essa técnica que fora do Brasil é muito conhecida, chamada ferrocimento. Não sei se alguém aqui conhece. Mas é uma técnica rápida e muito barata de construção para tanques de água. A parte estrutural do tanque é feita de malha de vergalhão e tela de pinteiro, então a gente faz o cilindro de malha de vergalhão e depois costura a tela de pinteiro nele por fora. E aí a gente carregou isso para o lugar 50 metros acima e lá em cima a gente fechou ele com o cimento. Então ele só é fechado com uma massa de cimento forte, não passa nem impermeabilizante, você enche ele quando o cimento ainda tá duro, curado, mas ele ainda tá úmido, aí por algumas semanas você vê a parede do tanque toda, suando assim, meio que vazando um pouco, esse próprio vazamento fecha os buracos


Então esse é um dos conceitos que eu gosto de falar na agricultura regenerativa, o que é o problema, pode ser a solução. Então aqui, o declive extremo, ele podia ser um problema. Eu falei: eu vou transformar isso numa solução. O cimento vazando sem impermeabilizante podia ser um problema, mas eu já sabia que o próprio vazamento ia tapar os buracos, então foi uma solução também. Depois desse tanque pronto, a gente lá embaixo, 50 metros abaixo, fizemos toda a tubulação e tal. Então eu tenho um sistema de mangueira, pus uma mangueira grossa, pus uma tampa, fiz um furinho fino, se eu quiser esguicho água lá no lago, é bem forte, então a gente lava máquina, carro, ferramenta, tudo sem usar energia elétrica. Parece uma besteira, mas já é uma forma de usar o recurso de uma forma inteligente. Eu não estou gastando energia externa aí, né? Aliás, a gente morou aí 4 anos sem estar ligado na rede elétrica, só com energia solar.


A primeira construção que a gente fez, é que tem um telhado de grama. Eu não sei se vocês já viram ou conhecem. Mas é uma arquitetura muito interessante, além de ser bonito, o conforto térmico dentro é absurdo, porque o telhado não esquenta. Diferente de Telha, de zinco, concreto ou Barro, que de um jeito ou de esquenta mais ou menos. Se tem 20 cm de solo, então não esquenta. E tem uma coisa interessante, eu aprendi isso com um arquiteto alemão que chama Gernot Minke, o cara é especializado em construções com Terra e em telhados verdes, e fez um trabalho desse daqui numa bacia hidrográfica no México, que inundava muito, eles pegaram todas as casas daquela bacia hidrográfica, que era um bairro rural, e fizeram um telhado verde e e as inundações diminuíram muito. E por quê? Por uma questão muito simples, num  telhado rígido que não infiltra água, a água bate, e já escorre direto pro rio, o telhado verde, depois de uma chuva, ele fica, uma semana, 10 dias, a calha fica pingando, ou seja, a água, você diminuiu a velocidade da água naquela paisagem. E se você fizer isso em grande escala, você diminui muito o escorrimento superficial de uma determinada microbacia.


E isso é outro conceito que eu acho que pode ser aplicado à agricultura regenerativa, que é, geralmente, a natureza trabalha a baixa velocidade e a baixa energia. Então aqui você diminui a velocidade da água.


Na nossa primeira casa lá do sítio queríamos observar o lugar primeiro antes de sair fazendo qualquer intervenção. Por esses motivos que eu tô falando assim, entender aquela paisagem, falar como que essa paisagem funciona. A gente tinha uma filha de 1 ano e teve mais uma filha, aí tinha a porta do trailer que a Laura tinha que passar de lado.


O carro aqui, ele tem uma história interessante também. Como curioso e xereta, eu fui aprender que o sujeito que inventou o motor a diesel, o Rudolph Diesel, um alemão, quando ele apresentou o motor pro mundo, obviamente não existia óleo diesel. Alguém sabe qual foi o combustível que ele usou? Faz alguma ideia? Ele usou óleo de amendoim pra movimentar o motor. Quando eu aprendi isso, eu fiquei louco. Imagina, então eu posso produzir meu próprio combustível. Aí eu fui pesquisar e achei um maluco, um senhor lá do Rio Grande do Sul que já faleceu, até o fendel que ele produzia kits de conversão, é de motor diesel para óleo vegetal. Eu falei com ele e consegui esse kit e achei um outro maluco que instalou o kit pra mim. E na verdade, mecanicamente falando, é uma coisa muito simples o uso. A única coisa que você precisa fazer para queimar óleo vegetal em um motor a diesel é esquentar o óleo vegetal, porque o único problema é a viscosidade. Esse kit, você usava água do radiador para aquecer o óleo vegetal que estava no segundo tanque. Então eu ligava o motor com diesel, deixava o motor esquentar, quando o motor estava na temperatura de operação normal, eu mudava uma válvula e começava a queimar óleo vegetal e antes de desligar, eu fazia a mesma coisa, virava pro diesel deixava limpar todo o sistema e desligava o carro. Na Europa tem muita gente que usa óleo vegetal até hoje, eu conheci essa técnica com um livro de um americano que chama da frigideira pro tanque de combustível. No livro o cara cruzou os Estados Unidos queimando óleo vegetal nos anos 90.


O biodiesel nada mais é do que você pegar o óleo vegetal, tirar a glicerina dele em uma reação química, e o que fica o são os ésteres que é o combustível, você tira a glicerina por quê? Porque é ela que deixa o óleo muito viscoso. Então, assim dentro, olha o que que a gente pode fazer dentro de uma propriedade rural, né? E ainda, o cheiro do escapamento é de pastel frito.

O solo aqui era muito compactado, isso era um pasto, muito compactado e ácido, então, em vez de ficar revolvendo o solo, a gente fez canteiros suspensos, você pega faz um canteiro, enche aquilo de composto orgânico e depois planta em cima do composto. Aí alguns anos depois, a gente desmanchou esses canteiros, espalhou aquela terra toda e aquele solo estava melhorado.

Um pouquinho do nosso sistema de energia, enquanto a gente não tinha ligado na rede elétrica, tem painel fotovoltaico que produz energia elétrica e aqui tem aquecimento de água. Hoje em dia é bem comum, inclusive em propriedades rurais, mas tem uma coisa na da modernidade, do uso aqui, que ainda me deixa encafifado assim, a gente vê propriedades rurais com uma área enorme de painel solar, só que não tem uma bateria na propriedade. Então se cair a rede elétrica de lá por qualquer motivo, e na área rural cai pra caramba, mesmo tendo um sistema ali de 50 mil reais de painel solar, você fica sem energia, né? O uso hoje, ele não foi pensado para autossuficiência ou pra resiliência do agricultor que tá instalado, ele foi pensado de uma forma um pouco mais reduzida. Vamos substituir uma energia por outra, mais sustentável, enriquecer a rede e tal, mas ainda não tem essa mentalidade da autossuficiência.


A primeira casa que a gente fez no sítio, eu falei que era radical por causa disso. A gente que fez os tijolos, essa casa usava eucalipto do vizinho e terra da nossa própria propriedade mesmo, e acho que a gente só comprou de material ali cimento para fazer um piso de cimento queimado e vidro, pouca, pouquíssima coisa, mas foi uma casa de baixíssimo custo. E uma coisa legal, nosso vizinho tem uma mina de uma terra que chama Tabatinga, vocês devem conhecer aqui. Que os antigos usavam no fogão a lenha. Aqueles fogão a lenha branquinho, tal, quando tava sujo, ia lá na mina, pegava um balde de Tabatinga, passava no fogão, tá novo, tá limpo, né? Então a gente usou em várias paredes, a gente pintou de Tabatinga, não usamos nem tinta. Essa é a casinha que a gente morou quanto tempo, uns 8,9 anos, né?


Partindo para parte agrícola. Fala: ´´putz, o cara esse cara quer voltar no no tempo, né? Tá usando junta de boi´´. Mas a verdade é que aqui é, como o terreno era muito inclinado, tinha pouca máquina disponível, não tinha como fazer um distúrbio no solo em nível, e eu queria fazer em nível e tinha por sorte ali no bairro um sujeito que mexia com com aração usando boi. Então a gente arou a área ali para causar um distúrbio mesmo naquele capim nativo. E aí plantamos um coquetel de adubação verde que todo mundo aqui deve conhecer, usamos  feijão guandu, crotalária, milheto, girassol, enfim, nabo forrageiro. E aí, de 10 em 10 m, a gente fez linhas de linhas de feijão guandu em nível também, porque qual que era a intenção aqui? A intenção aqui era fazer um tipo de cultivo que se chama cultivo em aléias. Vocês conhecem o termo? É uma técnica que é talvez anterior aos sistemas Agroflorestais, que a gente tem ouvido falar tanto hoje. Você faz, linhas de árvores a cada 10, 15, 20 metros, depende do seu terreno, e geralmente são árvores é que você vai usar para podar, então você usa árvores, leguminosas, por exemplo, e aquela árvore já tá fixando o nitrogênio na sua paisagem naturalmente, aí quando você poda essa árvore, ela tem um rebrote bem intensivo, você joga aquele material orgânico no chão e aquilo vai se reciclar. E entre essas fileiras de árvores, você faz os seus campos de cultivo, né? Então é isso, é uma técnica que é bem comum na agricultura sustentável/regenerativa.


Mas indo muito na direção do que a Larissa mostrou ali, você pode usar plantas, para executar funções específicas no solo, então o nabo forrageiro quando você usa como adubação verde ele cria um buraco de matéria orgânica no solo onde vai infiltrar água. E agora, se você pensar isso em centenas de hectares ou até milhares de hectares, quantos milhares de buracos desse tamanho aqui você você criou, que são buracos com matéria orgânica, e que a água vai frear e vai acumular ali. Então você tá usando a estratégia da natureza, baixa energia, não faz barulho. Só que em grande escala.


Talvez se eu fosse colocar em uma palavra assim, o que define a agricultura regenerativa, é que ela usa as estratégias da vida. O que eu quero dizer com estratégia da vida? Não é para ser poético, mas é para dizer assim como a Larissa mostrou também. A gente viu que as plantas, elas têm mecanismos de solubilizar rocha. A gente sabe que microorganismos diversos têm mecanismos de solubilizar rocha, de disponibilizar nutrientes. E quando você faz compostagem, que é uma das técnicas e nem precisa ser assim em montes, pode ser laminar, pode ser adubação verde tem uma infinidade de formas de fazer. Você está simplesmente trazendo essas estratégias da vida para o seu campo.  O que você usaria eventualmente um produto químico para cumprir uma função, você tá usando uma estratégia da vida que pode ser até gratuita dentro da sua propriedade, fazendo a compostagem, construindo estufa, fazendo muda.

Uma coisa que sempre me fascinou também é uma coisa que os gringos chamam de tecnologias apropriadas. Para fazer uma função existem muitas tecnologias. Fazer um furo no mourão de cerca, você pode usar diversas ferramentas para construir uma casa, você pode usar diversas ferramentas, qual que você vai escolher, qual que é o critério que você vai usar para escolher a ferramenta? Depende, depende da sua cabeça, depende do que você quer. 


A gente achou uma ferramenta que faz bloquinhos de terra para fazer muda, então, em vez de usar a bandeja de isopor, a gente fazia com bloquinho de terra. Você planta o bloquinho e não tem resíduo nenhum. Outra ferramenta que um agricultor americano desenvolveu, que é genial, é uma plantadeira de hortaliças, ela planta 6 linhas. E você consegue plantar cenoura. Alguém já plantou cenoura na horta em casa? É um inferno plantar cenoura, porque a semente é minúscula e depois você tem que raliar a cenoura é tortura chinesa. Com isso você planta cenoura, não precisa raliar, ela planta uma semente por uma com espaçamento certo e a cenoura vem bem. 


(Frases que não é possível entender sem o contexto das fotos compartilhadas no Material da Palestra).


E isso aqui é uma máquina que acompanha  tipo uma enxadinha rotativa, mas bem pequena para fazer o distúrbio mínimo ali, só para deixar a terra fofa para passar a outra máquina, ela é movida por uma furadeira a bateria.


Isso aqui é uma horta, mas uma horta biodiversa, você vê ela tem uma uma bordadura com girassol ou com outras plantas ali que você atrai inimigos naturais.


Isso aqui é o campo de trigo, outra coisa que é uma riqueza que os agricultores estão perdendo, que é a diversidade genética das plantas agrícolas. Então a gente fica focando muito em variedades de alta produção e esquece que tem variedades, que têm outras características. Talvez não é alta produtividade, mas pode ser uma resistência ao calor, uma resistência seca, pode ser uma qualidade nutricional diferente. E você vê, existe uma infinidade de variedades de todas as plantas, né?


Isso aqui é pra mostrar um pouquinho o cultivo em aléias. Então aqui as aléias já tinham crescido, aqui eu tinha principalmente amora. Aqui uma outra linha e aqui no meio a gente fazia os cultivos, podia ser grão, podia ser hortaliça, o que você quiser. O que é importante é que você está reciclando nutrientes com essas plantas, você tá atraindo inimigo natural, pássaros, tá fazendo quebra vento, a planta tem uma infinidade de funções dentro do sistema


Uma das primeiras coisas que você tem que fazer numa propriedade é pensar como a água vai escorrer nesse local, qual que é o impacto da água da chuva. Então como era um pasto degradado e tinha algumas estradas, algumas construções, a gente fez esse canal de infiltração, que é muito parecido com essas cacimbas de beira de estrada, só que ele é um canal em nível, e abaixo dele eu consigo ter um campo agrícola.


E aí é uma propriedade que você não gera mais só produtos agrícolas, você pode gerar educação também. A gente recebia estudantes lá. Então de de um pasto degradado com quase nada para uma paisagem com bastante restauração florestal.


A gente produzia cerveja e tal, então a ideia assim era mostrar um pastão degradado no começo e um copo de cerveja no final. Que tem que ser divertido também.


A Laura vai continuar. Obrigado, pessoal.



Laura Prada | CEO e Co-fundadora Ecomatrix


Bom, vamos lá rapidinho. Mas agora a parte chata, né? O Alex falou toda a parte lúdica e eu fiquei com a parte chata que são os custos e monitoramento. A Fabiane falou para a gente: ´´Olha o Workshop é focado nisso. Quanto que custa e como que a gente faz pra pra monitorar os resultados e tudo´´. E na verdade foi o que a gente nos nossos 20 e poucos anos não fez no sítio, e a gente é um ``case´´ de sucesso, mas a custa de muita tentativa e erro.


Sem sem muito monitoramento a gente foi com a cara e com a coragem, aprendendo com os nossos próprios erros, com a nossa própria história. E aí, com mais de 25 anos de experiência, não só no nosso sítio, mas nós somos consultores também. Já rodaram o Brasil todo dando consultoria em agricultura, sustentabilidade e sistemas de certificação. A gente tem uma larga experiência nisso. E a gente chegou à conclusão que para o agricultor, ter eficiência, conseguir passar por esse processo de conversão, de regeneração da sua propriedade, ele tem que que medir. Aquela máxima do ``Business´´, dos negócios, que é, se você não conhece os seus números, você não consegue fazer gestão e você não consegue progredir. Então a gente começou a pensar nisso e nos últimos 3 anos, 2, 3 anos, a gente tem se dedicado a criar um sistema digital, uma plataforma digital de monitoramento de indicadores de sustentabilidade para o agronegócio, exatamente para fazer isso, para colocar, inserir todos os dados, acompanhar as mudanças.


Todas as diferentes práticas que o agricultor faz nos recursos hídricos, no manejo do solo, são todos indicadores socioambientais. Conseguir monitorar isso e relatar pros diferentes públicos, inclusive pros compradores, para as certificadoras e para os investidores e operadores financeiros que precisam financiar a agricultura regenerativa. A gente costuma dizer assim que essa máxima que o ambientalismo fala, e que eu concordo, que não precisa derrubar mais nenhum metro quadrado de floresta ou de ambiente natural para produzir, porque tem milhões de de áreas degradadas a serem recuperadas. Legal?


Tá muito certo na teoria, só que vocês sabem muito bem que regenerar uma área degradada custa muito caro, custa muito trabalho, muita energia e muito dinheiro. E o produtor não pode fazer isso sozinho com o recurso próprio. Então eu acho que o grande desafio é a gente viabilizar essas essas linhas de crédito, essas linhas de investimento. Só que para isso a contrapartida do produtor, qual é? É provar que ele tá fazendo a coisa certa. E aí ele precisa de um de uma ferramenta em que ele vai colocar os dados e vai provar, fazer relatórios e tal, provar que ele tá implementando mesmo essas coisas.


Então, passando um pouco pela gestão financeira. Hoje a gente já tem opção, embora seja ainda incipiente, se você pegar o volume gigantesco de crédito rural e investimento no agronegócio, as linhas de financiamento verdes ainda são incipientes, mas elas, se você pegar 5, 10 anos atrás, estão num crescimento exponencial. E é muito importante que os agricultores comecem a tomar ciência dessas linhas de de craverde, CPR-Verde, o plano ABC mais e mesmo o plano safra já tem algum. O Banco do Brasil, por exemplo, se você prova que você tem certificações ou se você tem um relatório de uma performance socioambiental diferenciada, você dentro do plano safra, você já consegue ter algumas condições especiais, descontos nos juros, dentro da própria linha convencional. 


A gente trabalha com um parceiro, aqui, a Opeia, que é uma das principais operadoras de linhas especiais de de ``bounds´´ verdes, de crédito verde aqui no Brasil. Essa, e outra ``startup´´ que é colega nossa ``Land print´´, que faz esses relatórios pra pra customizados pra ser curitizadoras e operadoras de crédito. Então é super importante a gente começar a explorar essas linhas. Ainda é incipientes, porque assim é muito difícil o produtor, com o próprio recurso, fazer essa passagem, essa transição da agricultura regenerativa.


(Frases que não é possível entender sem o contexto das fotos compartilhadas no Material da Palestra).


Aqui são eu tenho 2 slides, não é de café, mas é de batata e soja. Até fiquei feliz quando a Fabiane falou: ``ó, a gente precisa começar a olhar outras culturas, né?´´ E eu quero mostrar nos slides aqui para vocês como é esse processo de restauração, de regeneração do solo, né? De implementação da agricultura regenerativa. Ele geralmente demora no mínimo 2 a 3 anos pra você voltar a ter um crescimento ou uma estabilidade na sua produtividade. Então o agricultor que não está preparado, que não conhece esse processo, ele vai implementar no primeiro ano, vai gastar um dinheiro e vai ter normalmente uma quebra ou uma redução na produtividade e quando chegar no próprio primeiro ano ou no segundo, que ainda tem uma uma redução de produtividade ele desiste e fala: ``bom, não é para mim, não vai dar certo.´´


Então, por isso que eu estou falando que precisa de todo um aparato. É uma força tarefa mesmo, tanto dos financiadores quanto das entidades de apoio, para passar por esse período de transição, porque só do terceiro para o quarto ano é que começa a ter uma estabilidade da produção. Mas a gente conhece agricultores que já estão nesse processo há 5, 10, 15 anos, que atingem um grau de estabilidade tão grande, que os os custos de produção ficam reduzidíssimos assim a 1/5 às vezes do que de uma agricultura convencional. E aí mesmo com produtividade semelhante, como os custos são muito reduzidos, ele tem um lucro muito grande.

Eu costumo citar o um um agricultor que é o Sr. João neto de Casa Branca, o produtor de café da fazenda Santo Antônio, ele já tá há mais de 20 anos nesse processo, hoje em dia a produção dele é tão estável que ele só tem colheita. Ele não faz nenhuma operação no café, ele só colhe a colheita dele. Não tem nenhum pico de praga ou de estresse hídrico, nada. Então você vê, ele é um bom exemplo de que dá certo, mas no início ele quase quebrou, ficou superendividado. Foi também por tentativa e erro, mas ao final de um longo prazo, hoje ele tem uma lavoura super hiper estável, produtiva e rentável.


Os custos de transformação pra agricultura regenerativa são ainda maiores porque fizeram uma biofábrica de insumos biológicos dentro da propriedade. Então você tem que calcular todos esses esses investimentos, fatalmente tem um aumento de custo e uma diminuição de produtividade. E tem que passar esses primeiros 2, 3 anos pra daí depois ter estabilidade e voltar o aumento de produção.


Falando um pouco então da gestão técnica ou do monitoramento como eu disse no início, é preciso medir, monitorar indicadores de performance e impacto. E por isso que a gente resolveu investir em uma plataforma. Não fizemos um protocolo próprio, a gente pegou vários sistemas de certificação, outros protocolos, como esses que eu citei aqui o ``reforce a live´´ essa plataforma do café ``global gap´´. E temos mais de 1500 indicadores que agrupamos em temas, entre eles, saúde do solo, recursos hídricos, trabalhadores, governança, gestão, e aí essa plataforma responde inserindo os dados e respondendo as perguntas dos questionários, você consegue ter uma avaliação em ``dashboards´´ da sua performance ambiental e isso pode se transformar em relatórios, tanto para certificadas, quanto para o banco que opera o seu crédito especial, quanto para compradores especiais, quanto relatórios para para nova lei europeia.


Então, cada relatórios é customizados, para cada público que tiver interessado em saber a performance socioambiental daquele daquele produtor.


Mas mais importante do que tudo isso é o produtor poder fazer a gestão dos seus resultados, que é da porteira para dentro conhecer o seu processo. E se não houver uma mensuração e se não houver uma uma ferramenta que diga isso muito claramente, se o produtor tá indo na direção certa, é muito difícil mostrar os resultados para fora. Então, o mais importante é conseguir mesmo fazer a gestão dos resultados da performance socioambiental da propriedade.


(Frases que não é possível entender sem o contexto das fotos compartilhadas no Material da Palestra).


E aí a gente tem só para mostrar a cara do do nosso sistema, né? Então é apresentado assim em uma pontuação. Aqui, no caso, esse ``dashboard´´ foi feito customizado para o protocolo de sustentabilidade da minas sul, que é uma cooperativa de de café lá de Varginha, no sul de Minas. E aí você tem os resultados aqui pelas pelas barrinhas, mostrando a pontuação para cada um dos parâmetros social, ambiental, de governança, o desempenho geral da fazenda, a visão geral da pontuação. E aí aqui você consegue ter também uma visualização de cada indicador e de cada tema, se ele está ótimo, bom ou razoável.


A gente costuma dizer assim que o produtor, consegue também ter um mapa de risco, porque se alguns indicadores estiverem numa situação muito, muito ruim, esses pontos é que serão a prioridade para começar o manejo. Então o ``dashboard´´ é uma ferramenta de avaliação visual muito didática para conseguir fazer a gestão e priorizar o que é mais importante dentro do manejo da propriedade.


Essa é a mensagem que a gente queria colocar. Que o processo de agricultura regenerativa, de mudar ou de se lançar nesse mundo é muito satisfatório, né? E hoje em dia, já existem ferramentas e linhas de investimento que podem suavizar esse processo. Essa mudança é e que vale muito a pena. Na nossa experiência, a gente acha que vale. Não só da porteira para dentro, mas da porteira para fora também. Para todos os ecossistemas. E vocês estão numa região riquíssima que é o cerrado, como a Larissa colocou a agricultura regenerativa realmente pode ser um gerador de valor e de manutenção dos recursos naturais e da nossa vida como como um todo.


Muito obrigada. 



Polliana Dias | Cerimonialista


Obrigada a Laura e o Alexander. Vamos passar para as perguntas. Alguém tem alguma pergunta?



Pergunta | Produtor


Obrigado vocês 2 por terem compartilhado aí mais de 20 anos de experiência e tocar num assunto que geralmente é o gargalo quando a gente tenta abordar essas coisas com o produtor, que é mudança do modelo, mental, custo e principalmente você ter base para mostrar. Você ter casos, no caso de vocês dois, especificamente na propriedade, um caso de sucesso para mostrar que é possível. Principalmente assim grosseiramente falando, né? Lógico que na linha de base, o diagnóstico é o ponto de partida para qualquer caso. Mas se a gente pudesse comparar os custos globais e muito grosseiramente, se a gente comparar, por exemplo, um pequeno e um grande agricultor e um sistema de culturas anuais, lavouras brancas, hortaliças, que seja com o perene. E comparar, por exemplo, que é o caso de vocês montanhas com o plano mecanizado, muito superficialmente, se a gente falar: ``O regenerativo na Montanha custa 15% a mais, o pequeno sai 5% menos do que o grande´´. Existe alguma experiência de vocês, que traz pra gente nesse sentido?



Alexander Van Parys | Diretor de operações da Ecomatrix


É difícil falar em termos de porcentagem, né? Mas o que eu diria é que a gente acha que aprende errando muito também, e no nosso caso, a montanha foi um fator de dificuldade muito maior, porque é muito difícil mecanizar e aí muito difícil de ter ganho de escala. E hoje em dia, se você não tem ganho de escala, você fica inviável financeiramente. Então é até por isso que eu falo que foi radical. A gente foi para a situação mais radical possível, dá para ser mais radical, mas foi bem radical ali. Então eu entendo que assim como a possibilidade de mecanização, pode ser um grande fator de, eu não vou dizer redução de custo porque é caro, mas em ao longo prazo de ganho de escala, e aí você inverte as curvas de custo e receita. É porque é difícil falar só de custo, tem que falar de receita também, e a escala te dá isso também.


E aí você tem essa questão que acho que é mais difícil de falar que é a mecanização versus questão social. Então, até que ponto tudo bem, você pensar numa eficiência financeira se você está numa região que tem muita mão de obra disponível, e o quão regenerativo você está sendo, se você não considera isso, né, que é um fator importantíssimo. A gente fala da Biosfera,de todas as esferas, tem que falar da ``humanosfera´´ também. Então eu enxergo mais ou menos assim.


É outro fator que para nós foi um que criou bastante dificuldade, é que assim a gente fala muito em diversidade, né, diversificar a produção, mas até que ponto é economicamente viável também? Porque para cada nova cultura você tem uma série de pacotes ali que você tem que que que acompanham, de maquinários, de tecnologias ou de infraestrutura de processamento. Então é, eu acho que tem isso também. É muito difícil dar um número, uma porcentagem, mas eu acho que dá para pensar nisso assim. Você fala: ``diversificação da produção. Putz, a régua vai muito para lá, vai encarecer. Vai muito para cá, talvez simplifica demais o uso da máquina´´ mesma coisa.



Laura Prada | CEO e Co-fundadora Ecomatrix


É, eu queria só acrescentar um ponto que eu acho que o que faz muita diferença na composição de custo desse período de transição é o quão degradado tá o seu sistema no ``start´´. Então isso, por exemplo, a gente lá no sítio gralha azul, não nascia nem braquiária, era Capim-rabo-de-burro, solos mais ácidos. Eu não achei que eu ia encontrar numa mata Atlântica de altitude, solos tão ácidos, mas extremamente compactado e tal. Então a gente teve que fazer quase que uma jardinagem ali a cada metro quadrado, e esse fator da montanha também, porque cada parte do terreno era de um jeito. Mas esse essa parte do quão degradado está o seu sistema no ``start´´, eu acho que faz muita diferença. Os dois slides que eu mostrei são de produção em larga escala de batata e soja, o que geralmente, os poucos estudos que tem sobre isso é que é uma transição ali de 2 a 3 anos, no quarto ano, você começa, até os níveis de produtividade equivalentes ao do convencional, mas com custos muito reduzidos. Então isso isso é outro ponto também importante de colocar, né? Que às vezes a a a produtividade, ela fica mais ou menos equivalente ao a produção convencional, mas os custos de produção a longo prazo, eles diminuem muito. Mas é muito difícil a a gente extrapolar assim da nossa experiência ou de um caso isolado para dizer e colocar em número assim, de quanto de porcentagem que custa mais caro de uma cultura ou de uma situação para outra.



Pergunta | Produtor 


Parabéns para o casal por essa opção de vida, deve ter sido muito interessante. Laura, você mencionou algumas vezes aí que da queda de produtividade no processo de transição convencional pro regenerativo, a grosso modo, quais seriam os fatores principais que você vê nessa possível ou nessa queda de produtividade?



Laura Prada | CEO e Co-fundadora Ecomatrix


Olha, eu vejo que o principal é adubação e uso de defensivo. É essa transição nesses dois casos de culturas muito intensivas e anuais, que é batata e a soja, e o que a gente observa. Os fatores principais são a mudança na adubação e a mudança no uso de defensivos. E aí é a transição da construção de fertilidade do solo rápida e química para uma estabilidade que a fertilidade biológica do solo vai te oferecer. Então tem mesmo essa ruptura, e esse é o principal fator, em culturas perenes como o café. E a depender se o produtor já faz o manejo da entrelinha, já usa plantas de cobertura, essa queda ou é mais abrupta, ou ela pode ser suavizada. Por isso que eu falei que depende muito de como que tá a situação no ``start´´, né? Mas, principalmente, é por isso, em culturas anuais é muito pela adubação e, segundo, pelo uso de de insumos de defensivos.



Pergunta | Produtor 


Só complementando assim, e até um dilema que eu tenho na minha propriedade, até em outro evento até manifestei isso, que é exatamente esse processo de transição. Uma das coisas que é me motivou na regenerativa, a gente já trabalha uns 3, 4 anos. É o não ser radical, ou seja, é passar por um processo onde você vai utilizar todos os benefícios, vamos dizer, do convencional, seja na adubação, seja na química, mas você fazer um processo de transição. Não necessariamente você vai ficar orgânico ou totalmente fora do dos dos insumos químicos. E a premissa que a gente tem adotado somente de muitos produtores que eu vejo aqui no cerrado, em nós mesmos, é não cair a produtividade. E isso a gente tem conseguido. Realmente é um, uma das, dos objetivos desse processo, não é? Então é, eu acho assim que a gente precisaria pensar que é possível passar por um processo regenerativo, seja com mais intensamente ou menos, sem cair a produtividade, né? Acho que é só um modo de pensar aí para a gente não sair e já falar que vai baixar a produtividade.



Laura Prada | CEO e Co-fundadora Ecomatrix


E é totalmente possível, né? São vários caminhos, às vezes você pode, se você tiver um, uma intervenção mais radical, e aí você prevê isso, essa queda de produtividade rápida para depois recuperar ou você fazer um caminho mais longo e mais estável são perfeitamente possíveis. Esses 2 caminhos.



Comentário | Produtor 


Não. Aí talvez eu queria só abrir para essa questão da produtividade. Eu acho que também uma das coisas que a Laura apresentou muito bem. É que é isso, tem a produtividade, mas tem os custos também. E a partir do momento que você realmente tem esse monitoramento, e aí você tem essas 2 coisas que compõem, por assim dizer, talvez então até as suas lucratividade como um todo na propriedade. Então, às vezes, esse monitoramento e essa gestão, o que eu acho bastante interessante é que você tem a produtividade de um lado, mas tem também, obviamente a custo e e e isso também bem monitorado e faz a gestão da da, da, da propriedade como um todo. E isso muitas vezes eu tô falando talvez de outras experiências. Pensei, bom, quantas toneladas é produzido naquele que tá bom, beleza? Então essa é uma medida que você pode usar, mas quanto que você deixou praticamente, talvez de investir em insumos e quanto que você poupou em termos os seus custos naquele mesmo hectare, e esse número muitas vezes desaparece na discussão, né? E eu acho que isso também é uma coisa, que essas questões de de monitoramento e gestão da propriedade é importante colocar na equação, com certeza.



Pergunta | Produtor 


Parabéns pela apresentação, são 2 perguntas para a Laura sobre a plataforma EcoMatrix. Há muito tempo, complementando o que o Marcelo posicionou, temos uma preocupação muito grande aqui de não abaixar as produtividades, né? E a gente já faz isso há bastante tempo,e começamos a chegar no nível já pegamos a parte social, a parte ambiental, inúmeros projetos de RA, carbono neutro, regenerativo, inúmeros selos. Só que a gente não tá aproveitando. É lógico que nós estamos colhendo os benefícios disso para dentro da porteira, mas para fora a gente tá perdendo de não tá conseguindo participar desses mercados igual você mostrou aí. Tem vários fundos, né? O próprio Banco do Brasil, etc. Com esses relatórios da plataforma, além da gente ter um relatório, a gente pode conseguir acessar formas de agregar mais valor em termos de investimento de algum fundo?

E a outra pro Alex, você mostrou os estudantes, pessoas visitando o sítio, isso faz parte da receita do sítio, também ou é uma forma mais social de vocês estarem trabalhando?



Laura Prada | CEO e Co-fundadora Ecomatrix


Então vamos lá, a nossa plataforma está sendo lançada agora, né? Até o começo do mês que vem. Mas a ideia exatamente é essa, porque da nossa experiência como, tanto consultor quanto auditor de sistemas de certificação. A gente observa exatamente isso, porque para cada selo, cada um no seu quadrado ali, a fazenda tem que se preparar para auditoria e não serve para mais nada, vamos dizer, você tem o certificado, mas toda aquela riqueza ali de conteúdo, de informação para ali no certificado. Não tem um ganho nem da porteira para dentro de acompanhar a gestão, nem da porteira para fora para mostrar, por exemplo, para um comprador especial. Se um comprador Internacional quiser conhecer melhor a sua performance, você não tem um relatório customizado. E a ideia é exatamente essa, da plataforma você conseguir aquele no plano ABC mais eu vou concorrer a uma linha especial. Quais são os parâmetros que eles pedem? Em que nível de rigor? ``Ah, eu tenho os dados aqui, eu vou fazer um relatório customizado.´´ Ah, eu tenho um comprador na Europa que agora tem a lei europeia, mas eles também tem tais e tais indicadores que eles querem. É ter mais profundidade. Você faz um relatório customizado e consegue atender aos públicos específicos usando o que você já tem. Você não tem que fazer um novo processo usando o que você já tenha. Eu já tenho o certificado da ``reinforce Lies globalgap´´, plataforma do café. Com essas informações a gente já consegue fazer um relatório para um público específico e você acessar outros benefícios da porteira para fora.



Alexander Van Parys | Diretor de operações da Ecomatrix


É e para complementar essa questão da plataforma que a Laura colocou. Eu acho que a gente tá num momento muito interessante da internet e das relações mais diretas assim entre o produtor e o consumidor, né? Então hoje, mais do que o peso de um certificado, você ter ali o carimbo ou o selo, é você saber comunicar o que você tá fazendo dentro da sua propriedade, pro público que você quer é atingir. Até eu vejo essa questão de nome mesmo, agricultura, regenerativa, climaticamente inteligente. No fundo, no fundo é tudo muito igual, muito parecido, só que cada termo é para um público diferente. Então o interessante da plataforma é isso já é meio senso comum. Assim, o que os compradores de um produto agrícola sustentável desejam? Então sabendo comunicar, seja pra um que é mais voltado pra questão climática, ou seja um que é mais voltado pra questão social, eu acho que esse é o ponto mais importante.

E com relação à questão do sítio, dos visitantes, são as duas coisas. Aquele grupo que tava na foto é de uma ONG de São Paulo, de um amigo nosso, que chama gastromotiva. Então ele pega estudantes da periferia de São Paulo e eles vão aprender gastronomia. Ele treina esse pessoal tecnicamente e depois eles vão trabalhar em restaurantes. E aí ali a ideia foi mostrar de onde vem o alimento, como é produzido o alimento, que por mais óbvio que possa parecer, nem todo mundo sabe. Mas a gente teve também visitas guiadas. Assim a gente cobra uma taxa de ingresso e a pessoa faz um tour pela propriedade e no final toma uma cerveja, né? Então existem várias possibilidades. Mesmo essas tecnologias que a gente aplicou no sítio, cada uma delas pode ser um curso, um curso de construções com terra crua, curso de telhados verdes, curso de energia fotovoltaica. E tudo isso é gerador de receita dentro de uma propriedade. A gente conhece produtores de café que fazem esse tipo de coisa dentro das suas propriedades também.



Polliana Dias | Cerimonialista


Então nós vamos encerrar agora.Obrigada às perguntas, obrigada Laura, obrigada Alex pela explanação de vocês e obrigado por terem vindo para nossa região aqui contar o ``case´´ de sucesso de vocês. E dando andamento na nossa programação, lembrando que tem café e água ali, que os banheiros ficam aqui e vocês fiquem à vontade. Nós teremos agora o momento para as orientações técnicas, falaremos agora sobre as estratégias abordadas em resumo dos dados coletados no formulário: Custos da Agricultura Regenerativa, e em seguida, a primeira rodada de discussão, validação dos custos capturados no formulário e a primeira plenária com a validação dos custos médios. 


Eu convido o Gabriel Oliveira, engenheiro agrônomo e analista de manejo climático do Consórcio Cerrado das Águas, para conduzir esse momento com vocês.



 Gabriel Oliveira | Engenheiro Agrônomo


Bom dia gente, tudo bem? Bom, então eu sou o Gabriel Oliveira, sou agrônomo, e também  analista de projetos pelo Consórcio Cerrado das Águas. Eu fico responsável pela frente de manejo climático, que é a agricultura regenerativa, então responsável pelo diagnóstico, acompanhamentos e também monitoramento das práticas que o Consórcio Cerrado das Águas implementa com os produtores dentro da lavoura.


Eu vou ter 2 momentos com vocês, que a gente chamou de direcionamentos técnicos, para dar um embasamento, trazer algumas informações e dados de como a gente fez esse raciocínio lógico para estar trazendo esse tema da discussão dos custos.


Quando a gente está na linha de frente ali com o produtor, que a gente vai falar sobre a importância e os resultados esperados com essas práticas, ele quer saber também quanto que vai me custar, e isso é um ponto muito importante para ele. Então, acho que esse direcionamento e as dinâmicas de grupo que a gente vai ter para discutir os custos, ela vai trazer muito do que a gente discutiu até agora sobre a importância do cerrado, importância da agricultura e dos ``cases´´ de sucesso, a importância do monitoramento dos custos, inclusive é pra isso, né? A gente fez um formulário prévio com alguns produtores e técnicos na região pra coletar informações de como que tá esse processo de transição pra eles, na visão e dificuldades deles, trazendo também informações sobre o custo que eles estão tendo com a adoção dessas práticas. Então o objetivo é esse, discutir essas práticas, a variabilidade dos cursos, compilando isso em um documento, para que não seja mais apenas tentativa e erro para o produtor que quer começar a praticar alguma delas.


(Frases que não é possível entender sem o contexto das fotos compartilhadas no Material da Palestra).


Inclusive essa foto é de um produtor, Zé Augusto, que faz o manejo da entrelinha do café com plantas de cobertura. Então a gente vem estudando há um tempo, os relatórios da agricultura regenerativa que elas trazem, quais as principais práticas e pontos importantes para ela. E muitas dessas práticas são práticas que já estão presentes na região produtora, desenvolvendo e também práticas que o consórcio já adota com os produtores. Então a gente delimitou essas principais para estar discutindo os custos delas. E elas são, uso de plantas de cobertura, uso de adubos orgânicos, o controle biológico conservativo e inoculativo, o uso de sistemas Agroflorestais e arborização, uso eficiente da água da irrigação e uso de energias renováveis.

Bom, eu, jovem como sou, eu trouxe uma charge e um vídeo do Instagram para mostrar a importância da agricultura regenerativa para a questão de resiliência, extremos climáticos e manutenção da biodiversidade. Então, é importante discutir e entender qual que é essa delimitação que a agricultura regenerativa faz. O que que ela é? Um tema ainda que a gente tá no processo de entender o objetivo que ela traz. Então fazemos esse caminho contrário de pensar o que ela não é. Ela não é uma agricultura que não tem o clima como importante ou como pilar dela. 


Então aqui, como o vídeo demonstrou, a gente tem uma área de monocultura, próxima de uma área com estratégias regenerativas, e ambas no mesmo momento de um vendaval, né. A esquerda, você tem uma erosão eólica muito grande, e a direita, com uso de árvore, solo coberto,, você não tem essa erosão eólica tão acentuada, a direita falando um pouco sobre a manutenção da biodiversidade, porque ela é importante? A gente tem uma pessoa aqui perguntando por que eu devo me preocupar com a extinção de espécies que não seja a minha. Basicamente porque a gente depende diretamente delas, através dos serviços ecossistêmicos, através do potencial genético. Então muito provavelmente as plantas de cerrado, igual foi falado aqui, elas vão ser um recurso genético para usarmos como forma de deixar as plantas agrícolas mais resistentes aos problemas que a gente está enfrentando de extremos climáticos.


Bom, então falando um pouco sobre esse formulário que fizemos com produtores e técnicos da região, a gente fez algumas perguntas para eles, sobre quais as razões principais que levaram eles a estar adotando alguma dessas práticas na lavoura. E em primeiro lugar os produtores responderam que o aumento da produtividade e as mudanças climáticas são os pontos que mais interferem para eles ou que levaram eles a adotar alguma prática. Então, essa redução da produtividade não é um ponto que a gente queira durante esse período da transição, como que a gente pode fazer? E queremos ficar mais resilientes à questão climática, extremos climáticos, aumento da temperatura, chuvas torrenciais, secas mais pronunciadas. Essas são algumas razões que os levaram a adotar tais práticas.


Quando a gente perguntou para os produtores e técnicos quais são os principais desafios que vocês vêem na adoção dessas práticas na região? Os produtores apontaram: ``olha, a principal dificuldade é com relação ao investimento inicial que eu tenho que colocar para estar aderindo a essas práticas. E também tem o problema de escassez de profissionais, né? Uma falta de conhecimento claro sobre essas técnicas.´´ Quando a gente trouxe essa pergunta para os técnicos da região eles responderam o seguinte: ``olha, investimento essencial realmente é um ponto que pega produtor e também a falta de dados que sejam confiáveis com relação a essa transição e ao retorno, que isso pode me dar´´. Bom e porque que é importante a gente estar discutindo a viabilidade de tais práticas? ``A viabilidade tem não só os custos como um fator de base para entender ela, mas também a produtividade ao longo do sistema e o retorno que eu vou ter com essa produtividade e com essa saca que eu posso ou não tá ganhando uma a mais´´.

Então a gente tem um dado interessante de 2020 que mostra que 1/3 dos solos manejados convencionalmente têm expectativa de produzir no máximo 200 anos, enquanto quase 40% dos solos manejados, com medidas de conservação, tem expectativa e vida útil mais de 10000 anos. Então aqui a gente tem uma imagem, né, mostrando a importância de se estar utilizando tais técnicas, essa imagem de um curso que eu fiz, online mesmo, sobre agricultura regenerativa com dados da Austrália. À esquerda, uma pastagem no mesmo local, sem nenhuma adoção das práticas durante 10 anos. Então aqui a gente pode ver que é um solo mais compactado, uma camada com menos raiz. À direita, a gente tem um solo visualmente mais poroso, com maior teor de matéria orgânica, mais escuro. Então a gente tem um potencial de infiltração de água nesse solo, um potencial de captura de carbono maior do que esse que não foi adotado tais práticas. Com relação ao que foi abordado nas respostas do formulário dos técnicos e dos produtores, com relação à falta de dados viáveis, a gente teve esse problema mesmo de identificar e ter um número representativo de fazendas que estão nesse processo conscientemente, mas essa falta de dados não pode ser um empecilho. Então, à medida que a gente for quebrando essa barreira e mais fazendas forem monitorando, entrando nesse processo, a gente tem dados mais robustos para se tornar informação para tomar a decisão. Mas ainda assim a gente teve uma representatividade boa pelo tempo que rodou, o questionar. Então, tivemos produtores como o Marcelo Tado, o Marcelo Lima, o Alex, que contribuíram nesse resultado aqui desse formulário. E eles já estão há um tempo fazendo essas práticas e os dados foram muito interessantes, eu não vou mostrar aqui agora, porque eles vão ser compartilhados com vocês durante a nossa atividade prática em grupo, que vai ter para discuti-los.


Então a ideia do evento. É perpassar esses 3 momentos sobre custos, sobre resultados positivos e sobre retorno. Essa primeira discussão que a gente vai ter em grupo, ela é para pegar os formulários, não são compartilhados nominalmente mas está lá quanto que foi gasto por prática, como que isso variou. E a ideia é que os grupos contribuam e discutam essa variação dos dados e se são reais ou não, se estão fora ou não, como é para a realidade de cada um.


Então, o que a gente está começando hoje é justamente essa construção que outros sistemas de gestão de custo e técnico fazem há muito tempo, usando a mesma lógica, que é monitorando esses talhões, monitorando essas áreas que usam práticas regenerativas para a gente entender a viabilidade delas.


Vocês vão receber dentro dos grupos um cartãozinho mostrando qual é a prática a ser discutida e também o formulário preenchido com as informações dos custos para a gente ver e construir essa viabilidade juntos. Muito obrigado gente, passo a palavra para Fabiane.



Fabiane Sebaio | Secretária Executiva do Consórcio Cerrado  das Águas


Gente, então nós tivemos aí um primeiro momento com a Larissa entendendo mais sobre o cerrado, e essa era a ideia, trazer para esse público que é mais agro do que meio ambiente. Então era essa a intenção e acho que a Larissa cumpriu muito bem, né? Depois com a Laura e o Alex, trazendo um ``case´´ aí de sucesso, explicando como que foi o caso deles. E agora a gente vai se dividir em grupos, vamos sair da cadeira, levantar, formar os grupos.

Mas eu queria compartilhar uma preocupação com vocês, que é essas cadeiras que estão vazias, são produtores que foram convidados para estar aqui. O consórcio, nós agradecemos os nossos associados, que nos mantém, mas a gente tem um limite de recurso e não dá para fazer um workshop ainda para para 200 pessoas e eu espero que a gente consiga em breve, mas. Nós temos um limite de participantes e esses produtores foram escolhidos a dedo. Por quê? Porque a gente perguntava, você faz agricultura regenerativa? Ele falava, não sei ou ele falava: ``uai, eu acho que eu faço, o que é? Como é que é?".  E primeiro foi essa questão de definir quem faz a agricultura regenerativa, aí nós pulamos para a próxima etapa, vamos buscar produtores que desenvolvem alguma prática, que está elencada naquelas que o Gabriel falou, aí nós conseguimos encontrar. Quando a gente conseguia encontrar, a gente perguntava assim: ``Você sabe, custos?´´ E aí ele falava: ``acho que sim, acho que não, na, na, na, na´´. Então nós tivemos uma série de dificuldades de achar produtores para estarem aqui. 


Quem são produtores aqui, por favor, levanta a mão de novo que essa pergunta já foi feita. Nós temos 1 2 3 4, 5 6 7 produtores, nós convidamos 20, tá? E quem é aqui da das traders que compra café? Quem é aqui de cooperativas é a Farma, né? Giovana, vai vir daqui a pouco quem mais da indústria? Apertou agora, Hein. Então assim, estou esquecendo algum setor que foi pensado? É o Michael., ele é, ele tá em todos, né, Michel? Ele compra, ele vende, ele produz.

Então assim, esse workshop ele foi pensado cuidadosamente para discutir custos, viabilidade, e a gente pensar lá na frente. É então por isso que vocês todos estão aqui, porque a gente quer conversar com o produtor que gasta, produz, que vende, com quem compra, com quem armazena e com quem negocia lá para o produtor, com assistência técnica, a Andressa, o Thiago estão aqui, tem consultores técnicos também aqui. A gente queria discutir com todo mundo.


Bom, esse é um ponto, eu queria colocar para vocês e agora colocar minha preocupação. Nós temos um workshop estruturado para o dia todo e a gente já recebeu notícia que algumas pessoas não podem ficar, que algumas pessoas vão ter que ir. A gente precisa aproveitar o máximo de tempo, então a gente fez algumas modificações na programação. Qual que é a nossa sugestão? Nós vamos discutir custo agora, depois nós vamos passar para a palestra do Elias, que é ultra importante, ele tem uma experiência prática e de, uma não né Elias? Vários dados científicos e  práticos de sucesso na Costa Rica, que eu acho que podem nos ajudar muito.


Depois nós vamos para o almoço em torno de uma hora, uma e meia, eu acho que uma hora vai dar, uma hora a gente consegue ir para o almoço e depois a gente volta na parte da tarde para fechar e discutir a questão da viabilidade da agricultura regenerativa. A minha pergunta é, vocês conseguem ficar até em torno de duas horas, duas e meia da tarde pra gente fechar? Quem pode ficar, por favor, levanta a mão. Então acho que a gente tem um bom público, temos produtores, então acho que que dá pra pra gente ir. Eu só queria compartilhar isso com vocês, pra gente tornar esse momento produtivo. Como ele vai se tornar um livro, um guia, eu acho que era importante a gente ter isso e aproveitar ao máximo esse momento. 


Então tá, então agora eu quero pedir para vocês, olhem no verso do crachá na primeira linha, aí tá escrito o nome de uma estratégia, Marcelo, não tem crachá, gente, socorre o Marcelo, o dele tá ali em cima da mesa, é, então, tem o nome de uma estratégia, nós vamos formar aqui 4 grupos.


 Então eu quero que vocês agora nos ajudem, cada um pega sua cadeirinha e nós vamos fazer aqui adubação orgânica nesse canto de cá. 


Marcelo, qual que é o seu adubação? É adubação verde.

Então, de cá, Marcelo, controle biológico aqui, quem mais que tá? Não tô lembrando o nome das estratégias, olha para mim no verso, deixa eu ver o seu verso, sistemas Agroflorestais ali perto da da mesa e o outro, qual que é?

 


Gabriel Oliveira | Engenheiro Agrônomo

Gente, olha, cada grupo foi definido para um tema específico de acordo com similaridades de atuação. Cada grupo vai receber uma ficha orientando o que é essa estratégia, caso tenha dúvidas, que faz parte do menu de estratégias do consórcio, e também vai estar recebendo a ficha com os compilados sobre essa estratégia. Então, as fichas, elas envolvem tudo que compõem o custo daquela estratégia para o produtor, desde gasto com maquinário, hora máquina é quantidade que foi utilizada, quantas vezes, qual que foi o custo por ano? E a ideia é que vocês possam olhar para essas tabelas e tá se perguntando, faz sentido? Isso é real ou qual a variação disso? Podem rabiscar, podem colocar suas sugestões e vocês também vão receber uma cartolina para fazer essa conclusão final do grupo. Aí gente além dos temas específicos de cada grupo, a gente tem temas que são comuns a todos, né? Principalmente a parte estrutural da fazenda. Não fazia sentido a gente separar por tema específico dela, porque elas compõem os custos de todo mundo que vai trabalhar de certa forma, com com algum tipo de de estratégia. Então a gente tem as estratégias, né, que são comuns a todos, que são os custos com infraestrutura, custos com para quem irriga monitoramento e uso eficiente da água, e também custos com certificação, parte estrutural da fazenda. Desde uma construção de uma casa de defensivos até construir uma rampa, manter uma rampa, de coleta de óleo. Então vocês devem estar discutindo o os custos e a tabela do tema específico primeiro. Se der tempo, aí passa uns para os outros para estar discutindo também.




Comments


preservacao do cerrado em suas maos.jpg

A PRESERVAÇÃO DO CERRADO ESTÁ EM SUAS MÃOS

O futuro do Cerrado depende de todos nós. Ao participar das ações do CCA, você está contribuindo para a proteção de um dos biomas mais importantes do planeta. Sua ajuda é fundamental para que possamos continuar nossos projetos de preservação, restauração, e educação ambiental. Não deixe o Cerrado desaparecer – junte-se a nós nessa missão vital.

bottom of page